sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Para suscitar a tomada de consciência sobre o problema e obrigar à discussão pública

in Verdadeiro Olhar, pág 22, 14.12.2007


Do encontro realizado, no passado dia 7, pelo Movimento de Cidadãos em Defesa do Centro de Saúde de Paredes, para decidir quais os próximos passos da luta contra a execução do programa de aborto químico neste centro, saiu a decisão de avançar para um referendo local.

Esta possibilidade está agora apenas dependente do resultado da Assembleia Municipal, que se realiza amanhã, dia 15, onde, segundo Luís Botelho Ribeiro, porta-voz do movimento, vão tentar que se discuta "de forma não partidarizada" esta questão, esperando que haja uma tomada de posição pelo poder político. Caso isso não aconteça, ou se "tomarem uma posição que achemos contrária ao concelho de Paredes, aí sim, justificar-se-á um referendo local", adiantou o representante.

Causa tem tido grande adesão

O referendo local constitui a possibilidade, conferida pela Constituição, de os eleitores de um município ou de uma freguesia manifestarem a sua vontade, decidindo sobre um determinado assunto, em vez de o deixarem nas mãos dos órgãos eleitos que os governam.

Luís Botelho Ribeiro afirma que com esta diligência pretendem promover "uma tomada de consciência de todos os cidadãos quanto a este problema" e a uma consequente tomada de posição pelo Governo. "Perante uma discussão pública e uma votação, o Governo terá de agir de acordo com a vontade das pessoas, senão seria completamente anti-democrático" afiançou o porta-voz.

Ainda segundo o representante deste movimento, a adesão moral a esta causa tem sido grande, sendo que "toda a gente se mostra revoltada com a perspectiva de um centro de saúde que já está a abarrotar, ter mais este serviço que em nada acrescenta àquilo que são as prioridades das pessoas". "O que se está a propor em Portugal são os valores da morte e a secundarização dos verdadeiros interesses das pessoas, como é a saúde", reiterou.

Mostrar que o conformismo não se instalou

Luís Botelho Ribeiro acredita que as acções realizadas nos últimos dois meses têm demonstrado o inconformismo da população e que "a adopção do aborto químico em Paredes vai ter oposição, cada vez mais visível e audível".

Este movimento não compreende como é que se põe a prática do aborto acima das outras necessidades da população, quando, por exemplo, "as maternidades são cada vez menos, e muitas mulheres têm os filhos nas ambulâncias", disse o porta-voz.

Até agora os meios de luta deste movimento têm-se manifestado através de cartas, iniciativas de sensibilização da população, preenchimento preventivo do livro de reclamações do Centro de Saúde e de um abaixo-assinado entregue à Administração Regional de Saúde do Norte.

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